Simples Nacional ou Lucro Presumido: qual regime escolher para 2026 e 2027 com a Reforma Tributária?

A Reforma Tributária, aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025, trouxe mudanças profundas para a forma como empresas brasileiras vão recolher tributos. A partir de 2026, inicia-se o período de transição para o novo modelo, que afetará diretamente a escolha entre Simples Nacional e Lucro Presumido.

 

Neste artigo, a equipe da Nobile Assessoria Contábil explica as principais alterações, apresenta cenários práticos e aponta os cuidados que empresários precisam ter ao decidir seu regime tributário para os próximos anos.

 

O que muda com a Reforma Tributária

 

A principal transformação é a substituição de cinco tributos sobre consumo (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois novos impostos de base ampla, no modelo IVA dual:

 

• CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de competência federal.
• IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de competência compartilhada entre estados e municípios.

 

O cronograma prevê:

 

• 2026: início da cobrança da CBS e do IBS em fase de testes (alíquotas reduzidas).
• 2027: aumento gradual da relevância desses tributos, com os atuais sendo progressivamente reduzidos.
• 2029 a 2033: consolidação total do novo sistema.

 

O que esperar para o Lucro Presumido

 

Hoje, empresas nesse regime recolhem IRPJ e CSLL com base em uma presunção de lucro, além de PIS e Cofins cumulativos.
Com a Reforma:

 

• O PIS/Cofins dará lugar à CBS, em regime não cumulativo, permitindo créditos sobre insumos, bens e serviços adquiridos.
• O ICMS e o ISS serão gradualmente substituídos pelo IBS.
• Empresas prestadoras de serviços, que tradicionalmente têm menos insumos para gerar crédito, podem sofrer aumento da carga tributária.

 

Ponto de atenção: empresas que atuam em setores com grande volume de insumos (como comércio e indústria) poderão se beneficiar dos créditos, reduzindo o impacto da mudança.

 

O que esperar para o Simples Nacional

 

O regime do Simples continua existindo e mantém o tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas.
Porém, a Reforma trouxe a possibilidade de um regime híbrido:

 

• A empresa poderá permanecer no Simples para tributos federais (IRPJ, CSLL, CPP), mas recolher CBS e IBS separadamente.
• Isso permite que seus clientes (especialmente empresas de maior porte) aproveitem créditos fiscais.

 

Ponto de atenção: empresas do Simples que atendem clientes pessoa jurídica podem perder competitividade se não adotarem o modelo híbrido, já que não gerarão créditos para seus tomadores de serviços.

 

Simples Nacional ou Lucro Presumido: comparativo 2026–2027

 

Cenário	Tendência mais vantajosa
Microempresa com faturamento baixo, clientes pessoa física, poucos insumos	Simples Nacional tradicional
Empresa de comércio com grande volume de compras tributadas	Lucro Presumido (ou Real, conforme margens)
Prestadora de serviços B2B (tecnologia, consultoria, saúde, engenharia)	Simples híbrido ou Lucro Presumido, para gerar créditos e manter competitividade
Empresas com margens muito reduzidas	Avaliar Lucro Real em cenários específicos, com simulação profissional

 

Exemplos práticos

 

• Restaurante de bairro: baixo volume de insumos tributáveis + clientela pessoa física → Simples Nacional ainda pode ser a melhor opção.
• Distribuidora de alimentos: compra elevada de insumos com incidência de tributos → Lucro Presumido tende a ser mais vantajoso.
• Clínica de saúde que atende planos e convênios: clientes PJ que exigem nota com créditos → Simples híbrido ou Lucro Presumido.

 

Pontos de incerteza

 

Apesar da aprovação da Reforma, ainda existem variáveis em aberto:

 

• Alíquotas definitivas de CBS e IBS dependem de regulamentação.
• Critérios detalhados de créditos fiscais ainda serão definidos.
• Setores específicos podem ganhar regimes diferenciados (benefícios ou exceções).

 

Conclusão

 

A escolha entre Simples Nacional e Lucro Presumido a partir de 2026 e 2027 não será mais apenas uma questão de faturamento, mas também de estrutura de custos, perfil de clientes e estratégia de mercado.

 

Empresas precisarão de simulações personalizadas para identificar o regime mais vantajoso. É nesse ponto que o apoio especializado da Nobile Assessoria Contábil faz toda a diferença: avaliamos cenários, projetamos impactos e ajudamos cada negócio a tomar a decisão certa.

 

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